O paradoxo das escolhas
- tomdemente
- 12 de fev. de 2015
- 2 min de leitura
Temos enraizada a ideia de que o caminho para a liberdade, é através do poder de escolha.
Quanto maior o poder de escolha, mais liberdade temos, e quanto mais liberdade temos, maior bem-estar sentimos.
Será que isto é assim?
Como se aplica esta premissa no nosso dia a dia?
Segundo o Psicólogo Barry Schwartz, as inúmeras opções com que nos deparamos hoje em dia, na sociedade moderna, e que nos obrigam a fazer escolhas constantemente, em vez de nos libertarem, paralizam-nos, fazendo-nos muitas vezes adiar para "amanhã" a tomada de decisão.
Quanto mais importante é o assunto que requer a tomada de decisão, maior a paralesia que este nos cria, pois ninguém quer decidir erradamente sobre uma escolha influencia o resto da sua vida, certo?
E quando conseguimos tomar uma decisão? Será que nos sentimos satisfeitos?
Segundo o Dr. Barry Schwartz, não. Ficamos sempre insatisfeitos com a nossa escolha, pois sabemos que ao optarmos por ela ficaram tantas outras hipóteses por escolher e a que perdemos o acesso no momento da nossa decisão.
E é fácil imaginarmos que as hipóteses que não escolhemos poderiam ser igualmente boas, o que nos leva a sentir arrependimento pela nossa escolha, o que não nos deixa sentir a satisfação que ela nos poderia trazer.
Quanto mais hipóteses de escolha temos, mais aspectos positivos há em cada uma dessas hipóteses, o que nos leva a um maior arrependimento relativamente à nossa escolha, por melhor que esta seja.
Segundo DR. Barry, as expectativas que criamos são proporcionais às opções que temos. Quanto mais opções de escolha, maior a possibilidade de conseguirmos a escolha perfeita, e quando sentimos que apesar das inúmeras opções a nossa escolha não foi a perfeita, sentimo-nos insatisfeitos.
Esta insatisfação é o reflexo da responsabilização que sentimos pela "má" escolha que fizemos, pois com tantas hipoteses que temos, se escolhemos mal, a culpa só pode ser nossa.
Segundo este autor, a depressão clínica aumentou exponencialmente com a industrialização. Com o aumento das expectativas que esta proporciona, as vivências negativas são sentidas como falhas pessoais o que gera um sentimento de culpa associado à escolha da opção errada.
Por fim, vivemos melhor hoje em dia, mas culpamo-nos mais pelas escolhas a que temos acesso.
O que acham?
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